Com o decorrer da pandemia de Covid-19, cada vez mais ficam evidentes os cuidados com as sequelas pulmonares que a sucedem
Definida como uma infecção respiratória aguda com potencial de gravidade clínica, a Covid-19 é causada pelo coronavírus SARS-CoV-2. A nomenclatura “Covid” é formada pela junção das palavras referentes à (co)rona (vi)rus (d)isease, ou seja, “doença do coronavírus” em português. O número 19 é relacionado ao ano de 2019, em que os primeiros casos foram publicamente divulgados.
Os sintomas mais frequentes incluem cansaço, febre e tosse. Porém, algumas pessoas também podem apresentar outros sintomas.
No final de janeiro de 2020, a Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o surto deste novo coronavírus como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). A elevação da enfermidade ao nível máximo de status buscou aprimorar a coordenação e a cooperação global para interromper a propagação do vírus no contexto da pandemia.
Depois de recuperados, uma parte de pacientes acometidos apresentam sequelas no cérebro, rins, pulmões e coração. Os efeitos pulmonares pós-COVID podem ser muito graves.
Por que a Covid-19 afeta o pulmão?
A transmissão ocorre por gotículas respiratórias e salivares de uma pessoa infectada ao tossir ou espirrar (semelhante à gripe comum) presentes no ambiente ou em superfícies contaminadas. O vírus ataca principalmente os alvéolos no pulmão, iniciando uma inflamação grave. Os alvéolos são pequenos sacos de ar responsáveis por oxigenar o sangue dentro dos pulmões. Com a invasão ao sistema respiratório, o sistema de defesa encara o micro-organismo como uma ameaça e dispara um processo inflamatório de combate a esse agente.
Com a inflamação dos alvéolos, pode ocorrer o preenchimento desses sacos de ar com líquido, prejudicando a troca gasosa que oxigena o sangue. Além de não receber o oxigênio suficiente no sangue, o organismo não consegue eliminar o gás carbônico, que, em excesso, é um acúmulo tóxico. Esse conjunto de fatores provoca a falta de ar e o paciente passa a necessitar de cuidados médicos imediatos sob risco de morte. Como consequência da inflamação no pulmão há também uma fragilização que propicia a entrada de bactérias, sobrepondo essas duas doenças, com a virose do Covid-19 e a pneumonia bacteriana. Este cenário contribui para os efeitos pulmonares pós-Covid.
A comunidade científica debate ainda sobre a persistência de um estado inflamatório crônico que altera o metabolismo dos pacientes afetados. Trata-se de uma situação que também culmina em efeitos pulmonares pós-Covid associados aos sintomas tardios da enfermidade, com risco de doença tromboembólica a longo prazo.
Quais os principais sintomas respiratórios da Covid-19?
Com o desenvolvimento do quadro patológico no corpo humano, a pessoa com Covid-19 desenvolve sintomas respiratórios de tosse, falta de ar, congestão nasal e coriza.
Os fatores envolvidos nas sequelas respiratórias pós-Covid
Além dos efeitos pulmonares pós-Covid, pesquisas indicam que uma síndrome de liberação de sinalizadores imunológicos durante a infecção também está envolvida nas sequelas. As sequelas também podem estar associadas aos seguintes contextos:
- Toxicidade provocada pelas drogas do tratamento;
- Alta pressão nas vias aéreas;
- Exposição a um excesso de oxigênio;
- Infecções hospitalares;
- Problemas nutricionais e metabólicos;
- Complicações do coronavírus, como trombose e infarto.
No período agudo da infeção, a Covid-19 pode provocar danos em vários órgãos, aumentando o risco de problemas de saúde a longo prazo. Existem casos de pessoas que continuam a manifestar queixas de sintomas por meses após o início da infecção, algumas delas em decorrência de efeitos pulmonares pós-Covid.
Sequelas mais comuns pós-Covid no pulmão
Os sintomas persistentes afetam desde pessoas que tiveram quadros severos até aquelas com manifestações mais brandas durante a infecção (independentemente dos fatores de risco). Dentre os sintomas persistentes mais comuns, estão:
- Dores torácicas;
- Fadiga e falta de ar;
- Dificuldades de concentração;
- Depressão e ansiedade;
- Dores musculares e articulares;
- Dores de cabeça;
- Aumento na frequência cardíaca;
- Febre intermitente.
Para os efeitos pulmonares pós-Covid, têm destaque o risco de fibrose pulmonar, bronquiectasia e trombose pulmonar. Essas condições podem se manifestar com baixos níveis de saturação de oxigênio, dor no peito e nas costas, tonturas, desmaios e fadiga intensa.
Na ocorrência de danos irreversíveis destes efeitos pulmonares pós-Covid pode haver até necessidade de transplante de pulmão, por impacto no funcionamento eficaz do órgão.
Cuidados pós-Covid
A principal recomendação quanto aos efeitos pulmonares pós-Covid e outras sequelas é procurar auxílio médico profissional. Durante a consulta, será verificado o estado geral de saúde por exames clínicos e complementares a fim de indicar o tratamento mais adequado para cada caso.
Fontes: