Condição marcada pela presença de ar no espaço entre os pulmões e a parede torácica, pneumotórax pode levar ao colapso do órgão respiratório
O pneumotórax é uma alteração caracterizada pela presença de ar entre as duas camadas da pleura, uma membrana fina e transparente que reveste os pulmões e o interior da parede torácica. Esse ar pressiona os pulmões e impede que eles se expandam plenamente, fazendo que ocorra um colapso parcial ou total do órgão.
O pneumotórax pode ocorrer espontaneamente em pessoas saudáveis, mas é uma alteração mais comum em fumantes, pessoas com doenças pulmonares e após traumas torácicos. O problema demanda tratamento especializado, pois pode trazer sérias complicações à saúde do indivíduo, sendo por vezes fatal. Entenda melhor a seguir!
O que é a pleura?
O corpo humano possui dois pulmões que ficam localizados dentro da caixa torácica e são revestidos por uma camada de células chamada pleura. A pleura funciona como uma capa que isola os pulmões das demais estruturas do tórax, sendo composta por duas camadas: a pleura visceral (mais interna) e a pleura parietal (mais externa). Entre essas duas camadas há uma película bem fina de líquido que impede que as pleuras fiquem aderidas.
O pneumotórax ocorre quando há uma lesão na pleura visceral, permitindo que o ar — que deveria estar apenas dentro do pulmão — vaze para a cavidade torácica. Em outras palavras, o ar que deveria estar expandindo o pulmão se encontra na parte de fora, passando a comprimi-lo e favorecendo o colapso do órgão.
Quais as causas do pneumotórax?
O pneumotórax pode ocorrer principalmente após uma lesão no peito, sendo consequência de uma doença pulmonar ou sem uma causa específica. De acordo com suas causas, ele pode ser classificado entre:
Pneumotórax espontâneo primário
Ocorre sem causa aparente, em pessoas sem diagnóstico de doença pulmonar. Em geral, esse tipo de ocorrência é resultante da ruptura de uma pequena bolha pulmonar.
Pneumotórax espontâneo secundário
Afeta pessoas com doença pulmonar subjacente, como doença pulmonar obstrutiva crônica, fibrose cística, asma, sarcoidose, abscesso pulmonar, tuberculose e pneumonia.
Pneumotórax traumático
É resultante de uma lesão no pulmão ou de um procedimento médico que acabou introduzindo ar no espaço pleural.
Quais os sintomas do pneumotórax?
Essa condição pode afetar seriamente a respiração e até mesmo o funcionamento dos pulmões. Os principais sintomas manifestados pelo paciente são:
- Dor no peito intensa e repentina, que piora ao inspirar;
- Falta de ar e dificuldade respiratória;
- Tosse constante;
- Aumento dos batimentos cardíacos;
- Cianose (Pele azulada);
- Confusão mental.
Como é feito o diagnóstico?
A suspeita de pneumotórax normalmente é levantada a partir da análise dos sintomas apresentados pelo paciente e sua história clínica. Caso a quantidade de ar fora dos pulmões seja volumosa, é possível identificar a condição apenas com base no exame físico: utilizando um estetoscópio, o pneumologista consegue avaliar se alguma parte do tórax não emite os sons respiratórios normais.
A confirmação do diagnóstico de pneumotórax é feita por uma radiografia de tórax. Dependendo das condições apresentadas, o especialista pode solicitar também exames complementares como a tomografia computadorizada, que permite identificar mais detalhes que ajudam a orientar o tratamento.
Quais são os tratamentos indicados?
O tratamento do pneumotórax depende do volume do acúmulo de ar no peito e gravidade dos sintomas apresentados, bem como repercussão clínica da condição e possíveis comorbidades apresentadas pelo paciente. Em casos mais leves e nos quais o paciente está clinicamente estável, o tratamento pode consistir apenas em repouso e observação, pois pode haver resolução espontânea.
Porém, nos casos de pneumotórax mais volumoso ou que apresentem sintomas, é indicada a realização de um procedimento que consiste na colocação de um tubo através do tórax para aspiração do ar e expansão do pulmão. Existem diferentes tipos de dreno que podem ser utilizados nesse tratamento e o modelo mais adequado deverá ser escolhido de acordo com as características de cada paciente e sua condição de saúde. Normalmente se utilizam os drenos mais finos, que geram menos desconforto ao paciente.
Quando a pleura cicatriza e o ar é removido, o dreno pode ser retirado. O tempo necessário para que isso ocorra varia muito de caso a caso, e o tratamento deve ser sempre individualizado e adaptado às necessidades do paciente.
Pneumotórax recorrente
Pneumotórax espontâneos primários tendem a recorrer. Quando isso de fato acontece, preconiza-se o tratamento cirúrgico e preventivo dos novos episódios. Essa cirurgia é realizada de maneira minimamente invasiva por videocirurgia e tem por objetivo identificar e remover as áreas de vazamento de ar, além de ser realizado um procedimento denominado pleurodese. A pleurodese tem por objetivo criar uma aderência entre a pleura visceral e parietal, de modo a impedir que o pulmão colapse novamente em um novo episódio de pneumotórax.
Pneumotórax e tabagismo
O tabagismo aumenta o risco de pneumotórax espontâneo primário, uma vez que o cigarro causa lesões pulmonares que podem levar ao vazamento de ar para fora do órgão, além de diversas outras doenças respiratórias que causam danos aos pulmões. Muitas doenças pulmonares obstrutivas crônicas, causadoras do pneumotórax secundário, também estão diretamente associadas ao consumo de cigarro. Para pacientes tabagistas que apresentaram um episódio de pneumotórax, uma das primeiras recomendações do tratamento consiste justamente em parar de fumar.
Para saber mais sobre pneumotórax e entender sobre o tratamento, entre em contato e agende uma consulta com os profissionais da TxTórax.
Fontes:
Manual MSD
Rede D’Or São Luiz
MD Saúde