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Transplante de pulmão
Imagem meramente ilustrativa (Banco de imagens: Shutterstock)
6 min. de leitura

Cirurgia consiste na substituição de um pulmão doente por outro saudável, melhorando a qualidade e expectativa de vida do paciente

O transplante de pulmão é um recurso terapêutico que consiste na substituição de um pulmão doente por um pulmão saudável, proveniente de um doador. Trata-se de uma intervenção indicada para enfermidades avançadas e irreversíveis dos pulmões, em que os órgãos já estão em falência e não conseguem fornecer a quantidade de oxigênio necessária para garantir o pleno funcionamento do organismo.

O transplante de pulmão é um procedimento reservado a pacientes que já foram submetidos a todos os tratamentos disponíveis, invasivos ou não, sem que suas condições respiratórias tenham melhorado o suficiente para que o indivíduo tenha qualidade de vida e bem-estar. O sucesso do procedimento, entretanto, depende de uma seleção criteriosa dos candidatos à cirurgia. Entenda melhor a seguir!

Quando o transplante pulmonar é indicado?

O transplante de pulmão é indicado a pacientes que apresentam doença pulmonar avançada e em progressão, nas quais o órgão fica afetado a ponto de não conseguir mais fornecer a quantidade de oxigênio necessária para o funcionamento do corpo, reduzindo a expectativa de vida do indivíduo. Algumas das principais doenças que levam a esta situação são:

Levando em consideração que o transplante pulmonar é uma intervenção bastante invasiva, que envolve a remoção de um órgão essencial e sua substituição por um pulmão que será considerado um “corpo estranho” no organismo, o candidato ideal para esse procedimento é uma pessoa que não apresenta doenças em outras partes do corpo, apenas com comprometimento dos pulmões. Isso garante maiores chances de sobrevida imediata, bem como extensão de sua expectativa de vida.

Para ter indicação ao transplante de pulmão, o paciente também precisa ter consciência de todas as implicações da realização desse tipo de procedimento — que vão desde um processo pós-operatório relativamente longo, que demanda suporte familiar, até a presença de um estado de imunossupressão crônica.

Quando o transplante de pulmão não é recomendado?

O procedimento é contraindicado para pacientes que apresentem infecção ativa no organismo, histórico de doença renal grave, histórico recente de neoplasia, disfunção cardíaca não relacionada à sua condição pulmonar, infecções pelos vírus da hepatite B ou C que não estejam devidamente controladas e deformidades graves da caixa torácica. O transplante de pulmão também não deve ser realizado em pessoas que não estão dispostas a alterar seu estilo de vida para combater a doença.

O que é necessário para ser um doador de pulmão no Brasil?

Qualquer pessoa pode ser doador de órgãos. Desde 1997, a Lei 9434, conhecida como “Lei dos Transplantes”, estabelece a doação de órgãos que permite a retirada de órgãos de uma pessoa viva ou falecida. Em 2017, ela consolidou regulamento técnico do Sistema Nacional de Transplante.

No Brasil, a doação de pulmões ocorre com um doador falecido que é avaliado de forma criteriosa seguindo protocolos federais. Em algumas situações, é possível que cada pulmão do doador seja utilizado em pacientes diferentes. Os critérios que classificam um doador falecido como ideal são: ter menos de 55 anos, não tabagista ou com pouca carga tabágica, radiografia de tórax normal, não ter infecção identificada e ter compatibilidade em tamanho.

Já a doação de um pulmão entre pacientes vivos é relativamente difícil, e só é possível em casos muito específicos. Um doador vivo não pode doar mais do que uma parte de um de seus pulmões, sendo que o mais comum é que seja doado apenas um lobo. Poucos lugares no mundo ainda realizam transplantes com esse tipo de doador.

Como funciona a fila de espera para transplante pulmonar?

O processo de transplante de pulmão se inicia muito antes do procedimento cirúrgico, já que o paciente precisa se submeter a uma rigorosa avaliação médica para verificar a existência de condições impeditivas para a realização da intervenção — tais como presença de infecções, histórico de câncer ou doença renal aguda. Após essa avaliação, caso o indivíduo seja considerado apto ao transplante, ele entra em uma lista de espera por um doador compatível.

O tempo de espera por um transplante pulmonar pode variar muito, a realização da intervenção precisa respeitar diversos critérios de compatibilidade, que inclui principalmente imunológica, tipo sanguíneo, tamanho do órgão, e gravidade da doença que está sendo tratada pelo receptor. Assim, nem sempre o primeiro da fila é necessariamente o primeiro a realizar a cirurgia. O controle da fila de espera é feito de forma rigorosa pelos órgãos competentes.

Como é feita a cirurgia de transplante de pulmão?

O transplante de pulmão é realizado obrigatoriamente em ambiente hospitalar capacitado para esse tipo de complexidade cirúrgica e por uma equipe habilitada e autorizada a realizar esse tipo de procedimento, com o paciente submetido a anestesia geral. Durante o procedimento, o cirurgião de tórax remove o pulmão doente, fazendo um corte para separar os vasos sanguíneos e a via respiratória do pulmão. Em seguida, o novo pulmão é colocado no local, e tanto os vasos como as vias aéreas são novamente ligados ao órgão doado.

A cirurgia, ao todo, é bastante extensa, podendo exigir que o paciente seja ligado a uma máquina que substitui o funcionamento dos pulmões e coração. Após o término do procedimento, porém, é esperado que esses órgãos voltem a funcionar normalmente, sem auxílio.

Como é a recuperação do transplantado?

O tempo de recuperação do paciente submetido a um transplante de pulmão varia entre 1 e 3 semanas e inclui internação em Unidade de Terapia Intensiva. Nos primeiros dias, o organismo precisa de auxílio de um ventilador mecânico para que o novo pulmão respire corretamente. Conforme o organismo vai se recuperando do procedimento, a máquina vai se tornando menos necessária.

Durante o período de internação, são administrados medicamentos para controlar as dores relacionadas à cirurgia, bem como fármacos para evitar infecções e substâncias imunossupressoras para reduzir as chances de rejeição do órgão. Após a alta hospitalar, a administração desses medicamentos deve continuar até que todo o processo de recuperação pós-operatória esteja concluído. Os imunossupressores podem ser mantidos por toda a vida do paciente.

O primeiro ano após o transplante de pulmão é considerado o período mais crítico. Isso porque, embora o procedimento possa melhorar substancialmente a qualidade de vida do indivíduo e aumentar sua expectativa de vida, há elevado risco de complicação pós-operatória. A possibilidade de rejeição do órgão ou infecção destacam-se como as principais ameaças desse período, sendo fundamental que o paciente seja acompanhado pelo especialista.

Para saber mais detalhes a respeito do transplante de pulmão ou tirar suas dúvidas sobre esse procedimento, entre em contato com os especialistas da TxTórax.

Fontes:

Portal SanarMed

Hospital São Lucas — Copacabana

Journal Einstein

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