Agende sua consulta
Fale conosco pelo WhatsApp
Transplante: o que é e como funciona o processo?
Médico segurando o desenho ilustrativo de um pulmão
5 min. de leitura

Entenda quais as possibilidades, os riscos e as chances de sucesso do transplante de órgãos

O transplante de órgãos proporciona uma nova expectativa de vida para pacientes com condições médicas graves que afetam órgãos vitais. Porém, esse tema ainda é considerado polêmico e poucas pessoas manifestam aos familiares, ainda em vida, a vontade de serem doadoras. Para aumentar a adesão e desmistificar a doação de órgãos, é preciso compreender o que é e como funciona esse processo.

O que é o transplante de órgãos?

O transplante de órgãos é um procedimento cirúrgico que consiste na remoção de um órgão saudável para implantação em um receptor que possui um órgão doente ou disfuncional. Dependendo do órgão, esse processo pode ser feito com o doador vivo ou falecido.

O propósito do transplante de órgãos é salvar a vida do receptor ou melhorar a qualidade de vida em situações em que outros tratamentos não foram eficazes. O sucesso do procedimento depende da compatibilidade entre doador e receptor, assim como das condições de saúde do receptor durante todas as etapas.

Como é a lei de transplantes no Brasil?

A legislação brasileira determina que a família decida sobre a doação de órgãos, mesmo que o paciente tenha manifestado em vida o desejo de ser doador. O diagnóstico de morte encefálica é um dos requisitos fundamentais. A morte cerebral é irreversível e confirmada conforme critérios específicos estabelecidos pelo Conselho Federal de Medicina.

Pessoas vivas também podem doar partes de certos órgãos, desde que sejam maiores de idade e o receptor seja um familiar de até quarto grau de parentesco. No caso de doações sem parentesco, é necessária uma autorização judicial prévia. Em ambos os casos, a doação deve ser feita de forma gratuita, para evitar a comercialização de órgãos.

Quais órgãos podem ser transplantados de um doador vivo?

O doador vivo passa por uma avaliação rigorosa para assegurar sua segurança e saúde após a doação. O transplante renal é o tipo mais comum realizado com doadores vivos, especialmente porque o rim restante consegue desempenhar suas funções sem prejuízos ao organismo.

Também é viável doar parte do fígado, pois tanto o fígado do doador quanto o do receptor têm capacidade de regeneração e crescimento após o transplante. Além desses órgãos, o doador vivo pode doar parte da medula óssea e, em certos casos, parte dos pulmões para um receptor.

Quais os órgãos que podem ser transplantados de um doador não vivo?

Um doador não vivo pode ajudar cerca de dez pessoas, incluindo a doação de tecidos como córneas, válvulas cardíacas, ossos, músculos, tendões, pele, veias e artérias. Alguns dos órgãos que podem ser transplantados são:

  • Rins;
  • Coração;
  • Pulmão;
  • Pâncreas;
  • Fígado;
  • Intestino.

Após a retirada do órgão do doador, em quanto tempo ele deve ser transplantado?

Os órgãos devem ser retirados do doador imediatamente após a morte. Cada um deles tem um limite de tempo diferente para o transplante, pois suportam um curto período sem a circulação sanguínea: pulmões e coração geralmente aguentam cerca de 4 horas, fígado e pâncreas entre 6 e 12 horas, e rins até 48 horas.

Como se inicia o processo de transplante?

O processo de transplante começa com a identificação da necessidade de o paciente receber um órgão ou tecido específico diante da ineficácia de outros tratamentos. Em seguida, uma avaliação é conduzida por uma equipe médica especializada para determinar a adequação do paciente como candidato. Depois, ele é incluído na lista de espera para o órgão ou tecido necessário.

O paciente aguarda até que seja identificado um doador compatível, considerando características genéticas, tipo sanguíneo e tamanho do órgão. O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) gerencia a lista seguindo critérios, como:

  • Gravidade da doença, como no caso do fígado, que é avaliado a partir de exames laboratoriais específicos;
  • Tempo de lista, para coração, pulmão, pâncreas e córneas;
  • Imunológicos (HLA), nos casos de transplante renal.

Qual a chance de sucesso de um transplante?

A chance de sucesso de um transplante é alta, mas depende de variados fatores, como as características de cada indivíduo, o tipo de órgão transplantado, a causa da doença e a adesão do paciente aos medicamentos imunossupressores. Entre os órgãos transplantados, o rim de doador vivo proporciona a maior expectativa de vida aos pacientes.

Segundo a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos, metade dos pacientes que passam por transplante de órgão vive mais de dez anos após a cirurgia. A expectativa média de vida dos receptores é acompanhada pela ABTO desde 2010.

Quais os riscos de um transplante de órgãos?

O transplante de órgãos é um procedimento complexo e apresenta alguns riscos, como:

  • Rejeição do órgão;
  • Infecções;
  • Efeitos colaterais dos medicamentos;
  • Hipertensão arterial;
  • Câncer;
  • Complicações cirúrgicas.

Como é a vida do paciente após o transplante?

A vida do paciente após o transplante depende da resposta individual ao tratamento, bem como de outros fatores. Geralmente, o paciente retorna à vida normal em alguns meses com algumas ressalvas, podendo ser necessário tomar cuidados extras e adotar novos hábitos que se adequem à nova vida.

O paciente precisa manter consultas periódicas de acompanhamento para monitorar a função do órgão transplantado, ajustar os medicamentos conforme necessidade e identificar qualquer sinal de rejeição ou complicações. O uso contínuo de imunossupressores é fundamental para evitar a rejeição do órgão.

Após a doação, o corpo do doador fica deformado?

Os órgãos são retirados por meio de um procedimento cirúrgico cuidadoso, semelhante a qualquer outra operação. Além disso, por lei, o corpo do doador deve ser reconstruído, garantindo que não haja deformidades e permitindo que ele seja velado normalmente pelos familiares.

 

Fontes:

Associação Brasileira de Transplante de Órgãos

Ministério da Saúde

Sistema Nacional de Transplantes

CTA WhatsApp CTA WhatsApp