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Condição torácica que pode afetar estética, respiração e qualidade de vida, mas possui opções eficazes de tratamento

O pectus é uma alteração na parede torácica caracterizada por deformidades no esterno e nas cartilagens costais. Essa condição pode se manifestar de diferentes formas, sendo as mais comuns o pectus excavatum (quando o peito parece “afundado”) e o pectus carinatum (quando o peito se projeta para frente).

Embora muitas pessoas associem o pectus apenas a um problema estético, em alguns casos ele pode trazer impactos funcionais, afetando o desempenho físico e principalmente a autoestima do paciente. Felizmente, existem recursos modernos capazes de diagnosticar e tratar esse problema de forma segura e eficaz.

O que é pectus?

Como mencionado, o termo pectus se refere a deformidades no formato do tórax, que se originam a partir do crescimento irregular das cartilagens que unem as costelas ao esterno. A condição pode ocorrer de duas formas distintas: o pectus excavatum, caracterizado pelo afundamento do esterno, e o pectus carinatum, que ocorre quando a projeção é para fora.

Essas alterações podem variar em intensidade, indo de casos leves, que não afetam a saúde de maneira significativa, até deformidades mais graves que não somente afetam a percepção estética e a autoestima, como podem estar associadas a alterações das funções respiratórias e cardíacas.

Embora muitas vezes seja diagnosticado ainda na infância ou adolescência, o pectus pode permanecer sem tratamento até a vida adulta, dependendo do grau de impacto físico, funcional e emocional.

Causas e fatores de risco do pectus

A origem do pectus ainda não é completamente esclarecida, mas estudos sugerem que há forte componente genético por trás da condição. Ou seja, é possível que pessoas com histórico familiar de deformidades na caixa torácica tenham mais chance de ter pectus.

Além da predisposição genética, alguns fatores podem estar associados ao pectus, tais como alterações no crescimento das cartilagens costais e doenças do tecido conjuntivo.

Nesse contexto, é importante destacar que o pectus não está diretamente relacionado a hábitos de vida, mas sim a características anatômicas e hereditárias.

Sinais e sintomas

Nem todos os indivíduos com a condição apresentam sintomas físicos, mas os sinais mais comuns do pectus podem incluir:

  • Alteração visível no formato do tórax;
  • Desconforto estético e impacto psicológico;
  • Dificuldade para respirar durante atividades físicas;
  • Cansaço fácil ou fadiga precoce;
  • Dor torácica.

Os sintomas podem variar entre os indivíduos e, muitas vezes, o impacto emocional é tão importante quanto o físico. Jovens e adolescentes com pectus podem apresentar baixa autoestima, retraimento social e até sintomas de ansiedade ou depressão.

Como é feito o diagnóstico do Pectus?

O diagnóstico de pectus geralmente começa na infância, quando os pais ou o próprio paciente percebem a alteração estética. O médico que realiza a avaliação clínica inicial é, geralmente, o pediatra. Este encaminha ao ortopedista ou ao cirurgião torácico, que é o especialista nesta afecção.

No processo de diagnóstico, exames complementares costumam ser solicitados para avaliar a gravidade e o impacto da deformidade. São eles:

  • Tomografia computadorizada de tórax, que mede o índice de Haller (grau de afundamento no pectus excavatum);
  • Raio-x de tórax, para avaliar o formato geral do esterno;
  • Exames cardiológicos e respiratórios, como ecocardiograma e testes de função pulmonar, quando há suspeita de comprometimento funcional.

Essas análises ajudam a determinar se o caso do paciente precisa apenas de acompanhamento ou se há indicação para tratamento cirúrgico.

Tratamentos para Pectus

O tratamento do pectus depende da gravidade, do tipo da deformidade e da idade do paciente. Em casos leves, muitas vezes basta acompanhamento médico regular. Já em situações mais graves ou de impacto estético importante, pode ser necessária intervenção.

Nesses casos, as principais abordagens incluem:

  • Órteses compressivas: utilizadas principalmente em pacientes com pectus carinatum, ainda em fase de crescimento, para remodelar o esterno;
  • Cirurgia minimamente invasiva (Nuss): indicada para correção do pectus excavatum, com uso de uma barra metálica que remodela o tórax;
  • Cirurgia aberta (Ravitch): opção em casos específicos ou em pacientes que não respondem bem à técnica minimamente invasiva.

Recuperação e resultados após a cirurgia

A recuperação do pectus após cirurgia varia de acordo com a técnica utilizada, mas em geral envolve período de internação de poucos dias. O retorno às atividades cotidianas acontece progressivamente, com restrições iniciais a exercícios físicos intensos.

A maioria dos pacientes relata melhora significativa não apenas na estética, mas também na respiração e na autoconfiança. Entre os benefícios da correção cirúrgica do pectus estão:

  • Redução da fadiga respiratória;
  • Melhora da postura;
  • Aumento da autoestima e da qualidade de vida;
  • Resultados estéticos duradouros.

Vale lembrar que, durante todo o período de recuperação, o acompanhamento médico é fundamental para garantir boa cicatrização e monitorar a adaptação do tórax à nova anatomia.

Quando procurar um especialista em saúde torácica?

É importante procurar avaliação médica sempre que houver suspeita de pectus, principalmente em crianças e adolescentes em fase de crescimento ou quando há sintomas como dificuldade respiratória frequente, dores persistentes, grande impacto psicológico e histórico familiar de deformidade torácica.

O diagnóstico precoce permite acompanhar a evolução da deformidade e decidir o momento ideal para intervenção, se necessário. Assim é possível evitar complicações e garantir a realização de um tratamento e acompanhamento individualizados.

Perguntas frequentes sobre Pectus

Pectus some sozinho?

Não. O pectus tende a se acentuar durante a adolescência, fase de maior crescimento corporal. Em alguns casos leves, a progressão pode ser discreta, mas não há regressão espontânea da deformidade.

Todo pectus precisa de cirurgia?

Nem todos os casos exigem cirurgia. Deformidades leves, sem sintomas respiratórios ou impacto estético relevante, podem ser apenas acompanhadas. O especialista avalia cada situação de forma individualizada.

Qual a idade ideal para corrigir pectus excavatum ou carinatum?

A idade ideal para correção cirúrgica do pectus costuma ser entre 11 e 18 anos, período em que o corpo ainda está em crescimento e a remodelação é mais eficaz. No entanto, adultos também podem se beneficiar do tratamento.

A cirurgia deixa cicatriz?

Sim, mas as cicatrizes tendem a ser discretas, especialmente nas técnicas minimamente invasivas, em que as incisões são pequenas e posicionadas em áreas menos visíveis. O resultado estético costuma ser bastante satisfatório.

Fontes:

Sociedade Brasileira de Cirurgia Torácica

American Thoracic Society

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